A abertura da SBPC Educação
na Ufal Campus do Sertão foi marcada por homenagens e pela conferência do
professor Michel Zaidan Filho, que trouxe como tema da sua palestra “A
Universidade e os seus inimigos”. As condecorações foram prestadas à professora
e antropóloga Luitgarde Cavalcanti Barros, e ao professor Antonio Leal, uma
referência na educação do município, falecido há dez anos.
A solenidade aconteceu no
auditório Graciliano Ramos e contou com a presença do vice-reitor José Vieira;
o diretor geral do Campus Sertão Agnaldo José dos Santos; o diretor acadêmico
Thiago Trindade Matias; pró-reitor de gestão institucional Flávio José
Domingos; o prefeito de Delmiro Gouveia, Eraldo Cordeiro; a secretária
municipal de Educação Yolanda Brás Pereira, e o gerente geral da 11ª CRE, José
Jeocondes da Silva.
Em seu discurso, o
vice-reitor José Vieira falou da importância de Alagoas sediar a 70ª SBPC e do
Campus do Sertão fazer parte da SBPC Educação. “Apesar da crise estamos muito
felizes em trazer a SBPC para Alagoas e nos esforçamos como um todo para fazer
com que a Universidade cumpra o seu papel, seja no litoral ou no Sertão,
ofertando troca de ideias e experiências. Nesta 70ª edição da SPBPC estamos
tendo a inovação de realizar a SBPC Educação em três campi ao mesmo tempo, e
estamos muito empolgados em oferecer à comunidade uma experiência de
informação, de troca de ideias e de difusão do conhecimento”, ressaltou.
Para o professor Agnaldo
Santos, receber a SBPC no Campus do Sertão é uma grande honra para a região. “A
SBPC é o maior evento da ciência no Brasil, então trazer a SBPC para o Alto
Sertão é uma grande honra. A Ufal está de parabéns por ter lutado para trazer
esse evento para o nosso campus. Serão dias de diversas atividades, inclusive
com a SBPC afro-indígena, e estão todos envolvidos para ofertar o melhor”,
frisou.
“Para nós é uma honra
receber a SBPC mesmo diante de cortes e golpes que estamos vivendo. Discutir
educação também é uma forma de lutar. É um privilégio termos aqui um evento
desse porte”, enfatizou o diretor acadêmico Thiago Trindade Matias.
Após os discursos, foi feita
a leitura do currículo dos agraciados pelo professor Edvaldo Nascimento, que
falou um pouco da história de cada um. A professora Luitgarde, que é alagoana
nascida em Santana do Ipanema, mas reside no Rio de Janeiro há mais de 40 anos,
dedicou sua homenagem à ex-reitora Ana Dayse, que lutou pela implantação do
campus do Sertão. “Receber esta homenagem em vida é um testemunho de que eu
vivi, e minha produção é lembrar a todos as gerações que importante é aquele
que constrói. Dedico este troféu a reitora Ana Dayse, que fez parte da luta
para que esta universidade estivesse aqui hoje”, falou.
A esposa de Antônio Leal,
Alaíde, se emocionou ao relembrar da trajetória do marido e do reconhecimento
pelo seu trabalho. “Se eu pudesse traduzir em uma palavra esse momento aqui
seria gratidão. Antônio Leal morreu lutando pela dignidade da educação e o
ensino superior em Delmiro Gouveia, que hoje vemos concretizado, transformando
a vida das pessoas. Muito obrigada por essa homenagem”, disse.
A
Universidade e os seus inimigos
O professor Michel Zaidan
realizou a conferência de abertura com a palestra “A Universidade e seus
inimigos”. Ele ressaltou a importância da interiorização das universidades
públicas, tomando como exemplo a Universidade Federal de Pernambuco, na qual
fez parte. O professor enfatizou o trabalho da Ufal em proporcionar o ensino
superior em mais dois campi, além da capital. “Acho que a UFAL está cumprindo
essa missão importantíssima de interiorizar o ensino superior, levar para as
comunidades. Antigamente os alunos tinham que viajar para a capital , viver em
repúblicas, para poder ter acesso às universidades, e isso é um sacrifício
enorme. Sei dessas dificuldades todas e você interiorizar o ensino superior é
uma dádiva para essas comunidades, e essa experiência da Ufal deve ser
copiada”.
Durante a solenidade de
abertura, representantes dos estudantes aproveitaram para conversar com os
gestores da Ufal e autoridades presentes sobre a abertura do restaurante
universitário.
A SBPC Educação no Campus do
Sertão será realizada até esta sexta-feira (20), com mesas redondas, minicursos
e conferências. O evento reúne ainda a SBPC Afro-Indígena, que
envolve comunidades quilombolas e remanescentes indígenas do Estado. Em Delmiro
Gouveia, acontece nos dias 23 e 24 de julho, com uma programação composta de
atividades culturais, palestras, exposição e vendas de livros e artesanatos com
temáticas étnicos raciais afro e indígena.
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