A Câmara de Vereadores de Delmiro Gouveia realizou nesta
quinta-feira (13), mais uma audiência pública. Dessa vez a reunião teve como
convidados os representantes das agências bancárias do município, que debateram
com os parlamentares sobre o atendimento prestado aos clientes, em especial o
grande tempo de espera nas filas.
A audiência foi solicitada pelo vereador Pedro Paulo e contou
com a presença de representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica e
Bradesco. Do Banco do Brasil participaram o superintendente Gustavo Arruda e o
gerente da agência de Delmiro, Vandilberto; do Bradesco, os gerentes Francisco
de Pádua e Daniel Melo, e da Caixa Econômica, o gerente regional Fredson da
Mota e os de Delmiro Jailson Cunha e Adeilton Olímpio. O funcionário da superintendência
do Banco do Brasil, Cristiano Correia, também esteve presente.
O presidente Ezequiel de Carvalho Costa, a vice-presidente
Fabíola Marques e o vereador Pedro Paulo conduziram os trabalhos. Fabíola
parabenizou o colega pela iniciativa, ressaltando as dificuldades sofridas pela
população. “Parabenizo Pedro Paulo pela iniciativa porque este é um momento de
grande importância para toda a sociedade, tendo em vista as dificuldades
enfrentadas no dia-a-dia, sabendo que esta não é a primeira audiência realizada
nesta Casa sobre este assunto”, falou.
Kel agradeceu a presença de todos e o esforço em se fazerem
presentes. “Para nós é uma grande honra recebê-los aqui para que possamos
solucionar algumas questões. Reconhecemos o esforço de todos para que esta
audiência acontecesse e assim possamos debater melhorias para o atendimento à
população”, falou. Os parlamentares Casagrande, Francisco de Assis, Marcos
Costa, Henriqueta Cardeal, Júnior Lisboa, Enoque Batista e Carlos Cacau Correia
da Silva também estiveram presentes à reunião.
Pedro Paulo abriu a audiência falando da sua proposição de
realizar a reunião. “Foi uma proposição de todos os vereadores desta Casa para
debater essa problemática no atendimento das agências e apontar soluções para
que possam melhorar esse atendimento. Esta Casa Legislativa, porta-voz da
sociedade, não pode se omitir ao que a população vem passando. Essas
instituições bancárias lucram uma quantidade muito grande de dinheiro, então é
inadmissível uma prestação de serviço como essa”, falou.
Entre as principais reclamações expostas pelos vereadores e
representantes do comércio, estão a falta de banheiro nas agências, inclusive
para cadeirantes; o alto tempo de atendimento; a falta de dinheiro nos caixas
eletrônicos, em especial nos finais de semana, a falta de estacionamento, entre
outras questões.
Após a fala de Pedro Paulo, os representantes dos bancos
expuseram a ações realizadas mas suas agências para o atendimento à população.
O primeiro a explanar foi o superintendente do Banco do Brasil, Gustavo Arruda.
“Temos em Delmiro Gouveia o maior contingente de funcionários do interior e
reabrimos a agência de Água Branca, que teve o sinistro, assim como a de
Piranhas, que estamos reabrindo, o que também ajuda na prestação de serviço e
vai diminuir o volume de pessoas na agência de Delmiro. Temos como estratégia
os correspondentes bancários, que tem o horário de atendimento maior e ajudam
no atendimento. Temos colocado novos canais de atendimento para que o cliente
não fique restrito ao horário do banco”, falou Gustavo.
Ele sugeriu algumas ações que podem ser incentivadas pelos
comerciantes, como o cadastro de correspondentes bancário, e a conscientização
da população ao uso do cartão. “Esses duas ações são determinantes para redução
do uso do caixa eletrônico e, consequentemente, aliviar alguns problemas”.
Diante da colocação, o vereador Enoque perguntou se o banco teria condições de
reduzir as taxas de cartão de crédito.
Em seguida, o gerente regional Fredson falou sobre a Caixa Econômica.
“Atendimento pra gente é muito importante porque a razão do banco existir é o
atendimento ao nosso cliente. Conversamos sempre sobre a melhor forma de
atender e temos procurado abrir pontos de atendimentos para melhor servir à
população alagoana como um todo”. Ele ressaltou o problema estrutural da
agência, por não comportar o volume de pessoas e enfatizou que dentro de seis
meses deverá ser instalada a nova agência, o que dobrará os caixas eletrônicos
do autoatendimento. Sobre a falta de dinheiro nos caixas, o gerente falou que
não há possibilidade de aumentar o volume devido às questões de segurança.
“Temos colocado diversos canais de atendimento da Caixa para a população, e
estamos sempre trabalhando para ofertar um serviço melhor para a população de
Delmiro”.
O gerente do Bradesco, Francisco de Pádua, falou sobre
Delmiro ser um polo de, onde atende as cidades de Mata Grande, Inhapi,
Pariconha e Água Branca. “Temos correspondentes bancários na região e temos
sempre o propósito de melhorar o atendimento. Em outubro estaremos nos mudando
para uma agência maior, para um prédio mais novo e assim ofertar mais
comodidade para nossos clientes”.
Quanto a falta de dinheiro nos caixas, os gerentes foram
unânimes em afirmar que há um limite do volume para ser colocado no
autoatendimento e que não há como aumentar esse valor devido a questão de
segurança. Eles falaram que a cultura do saque do dinheiro é muito forte na
região, mas que poderia ser incentivado o uso do cartão de crédito ou débito.
Após a fala dos representantes, o vereador Pedro Paulo expôs
algumas questões. “O Banco do Brasil tem o pior atendimento em Delmiro. As
denúncias não acontecem por falta de conhecimento das pessoas, mas faltam
funcionários, e o banco tem que ter uma relação de respeito com sua clientela.
A Caixa tem deficiências, mas é menor que o Brasil e o Bradesco muitas vezes vi
as pessoas no lado de fora da agência, maltratadas pelo sol”.
O parlamentar falou de algumas leis municipais que não são
cumpridas pelas instituições, como a do tapume para proteção de quem está em
atendimento nos caixas fazendo saque, bem como a lei do tempo de atendimento,
que prevê 20 minutos para os dias normais e 30 minutos nas vésperas e pós
feriados, o que também não é cumprido. “Como porta voz do povo temos essa
obrigação de fazer as cobranças e denunciar. E neste momento, em nome do povo
do sertão, esperamos que as providências sejam tomadas e que os bancos se
adequem à realidade local e não às pessoas se adequem a eles”.
O vereador Marcos Costa parabenizou a iniciativa de Pedro
Paulo e relembrou a audiência que foi feita sobre o mesmo assunto pelo
ex-vereador Edvaldo Nascimento, em 2014. “De lá para cá não houve nenhuma
mudança no que diz respeito ao atendimento. Espero que aumentem as agências, como
a Caixa, mas que coloquem mais funcionários, porque senão nada adianta. Isento
desse mau atendimento os gerentes, que se desdobram para dar melhora
atendimento à comunidade. Os bancos que tem que adequar a população, e não ao
contrário, até porque todos os clientes pagam tarifas, que não são baratas”,
Marcos falou ainda sobre a disparidade entre o faturamento e a despesa de cada
agência, com a prestação de serviço precária. “Espero que essa segunda
audiência faça com que o atendimento evolua. Esperamos realmente que melhorem”.
O vereador Júnior Lisboa também explanou. “Gostaria de saber
sobre a segurança, que não é 24 horas. Acho que o Estado não tem que fazer isso
não, até porque os bancos lucram para isso. Outras questões são a falta de
sanitários, bebedouros e estacionamento. Sem contar no abastecimento pelo
carro-forte, que deveria ter um local dentro da agência e não fazer no meio da
rua, causando muitas vezes medo na população devido ao aparato de armas e
homens que são utilizados”.
O vereador Cacau fez algumas colocações reforçando o que foi
exposto na audiência. “Reforço que já vivenciamos este momento aqui na Casa e
já fizemos reclamações e tomamos iniciativas legislativas. Acho que nem
deveríamos estar discutindo isso aqui, porque é uma obrigação dos bancos
tratarem bem seus clientes. Os bancos sempre tiveram uma grande lucratividade
em todos os governos e não têm do que reclamar, mas sim procurar soluções para
melhorar este atendimento. Acredito que os gerentes e funcionários das agências
locais são limitados e isso é de responsabilidade da superintendência e
presidência desses bancos. Espero que essa audiência surta efeito, porque senão
vamos ao Ministério Público”, falou.
O presidente da Associação Comercial, Samuel, e o empresário
Sávio, também expuseram as problemáticas sofridas pelos comerciantes, e o
presidente da Adefideg, Geovanne, fez colocações sobre a acessibilidade e a
falta de banheiros para cadeirantes. Após as colocações, o presidente Kel
encerrou a audiência, ressaltando que será entregue aos representantes as
reivindicações e cobrará das agências as medidas a serem tomadas.
Por Veruscka Alcântara - Assessoria de Comunicação Câmara de Vereadores.
0 Comentários