Ela ficou com a boca muito
inchada e teve que procurar atendimento em um hospital. Depois do que
aconteceu, ela fez um alerta em suas redes sociais.
A estagiária de comércio
exterior Nataly Galdino, de 21 anos, ainda está se recuperando após uma lacraia
picá-la enquanto ela estava dormindo em sua residência, em São Vicente, no
litoral de São Paulo. Ela ficou com a boca muito inchada e teve que procurar
atendimento em um hospital. Depois do que aconteceu, ela fez um alerta em suas
redes sociais.
As lacraias injetam um
veneno presente em glândulas do tronco, mas, de acordo com o Ministério da
Saúde, o veneno delas é pouco tóxico para o ser humano. Na madrugada do último
sábado (11), Nataly relatou que estava dormindo, quando o animal a picou.
"Eu estava dormindo e,
no meio da madrugada, senti algo picar meu lábio superior e vi que estava
grudada no meu cobertor e a garra na minha boca, mas como estava tudo escuro o
que fiz foi puxar. Eu puxei e não queria soltar, fiquei cinco segundos
tentando, com uma dor insuportável e não desgrudava. Eu levantei da cama,
liguei a luz, vi minha boca cortada e a lacraia, gigante, na coberta",
conta. De acordo com ela, a boca e garganta incharam e a dor ficou cada vez
mais forte.
"Eu estava ficando sem
ar", afirmou. Ela chamou os pais, que a levaram rapidamente à Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, em Santos. "Eles me levaram
para a emergência porque eu não estava conseguindo respirar direito e me deram
remédio para alergia e para dor, mas o médico me explicou que, apesar de ser um
animal peçonhento e venenoso, não corria risco de vida, como no caso de um
escorpião", relembra.
"Na hora foi
desesperador porque eu não sabia quais efeitos poderiam me dar. Achei que podia
ser muito venenosa e até morrer, ainda bem que não era. Mas resolvi fazer o
alerta nas redes sociais explicando que as lacraias gostam da umidade e
alertando da dor que podem causar, porque eu senti muita dor e sempre vejo
pessoas falando de terem problemas de aparição desse animais na casa",
finaliza.
A jovem, após ser medicada,
relatou que ficou cerca de duas horas ainda no hospital e, depois disso, foi
liberada. Agora, ela segue tomando medicação em casa. "Minha boca está bem
menos inchada, mas ainda está com a ferida onde ele picou", diz.
Lacraias
De acordo com a Biblioteca
Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, as lacraias, também conhecidas como
centopeias, são animais caçadores noturnos muito rápidos e têm o corpo adaptado
para penetrar em frestas, onde se escondem durante o dia. Podem medir até 23 cm
e se alimentam de insetos, lagartixas, camundongos e até filhotes de pássaros.
Têm o corpo formado por 21
segmentos, cada um com um par de patas pontiagudas. Em sua cabeça situam-se
duas antenas e olhos. Embaixo dela ficam os ferrões venenosos que funcionam
como pinças. O último par de patas não serve para a locomoção, e sim como órgão
sensorial e de captura de alimentos. Quando esse órgão pressente ou toca em uma
presa, a segura com força e todo o corpo da lacraia se dobra para trás. Aí,
então, ela injeta o veneno que paralisará ou matará a presa, que depois será
ingerida aos pedaços.
De acordo com o órgão, o
veneno das lacraias é pouco tóxico para o homem. Embora existam muitas lendas a
respeito desse animal, não há, no Brasil, relatos comprovados de morte nem de
envenenamentos graves em acidentes com lacraias. Os sintomas são dor forte e
inchaço no local da picada. Em acidentes com lacraias grandes também podem
ocorrer febre, calafrios, tremores e suores, além de uma pequena ferida.
Embora o veneno das lacraias
não seja muito perigoso para o ser humano, o Ministério da Saúde destaca que é
bom procurar orientação médica. Para o tratamento, conforme o órgão, não existe
antídoto; deve-se aplicar compressas quentes no local. Pode-se fazer uso de
analgésicos e anestésicos sem adrenalina na área atingida.
Como evitar
Ainda de acordo com a
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, as lacraias gostam muito de
umidade e para evitá-las podem ser adotadas as seguintes precauções:
Limpar os ralos semanalmente
com creolina e água quente, e mantê-los fechados quando não em uso;
Limpar e manter fechadas as
caixas de gordura e os esgotos;
Os jardins devem ser limpos,
a grama aparada e as plantas ornamentais e trepadeiras devem ser afastadas das
casas e podadas para que os galhos não toquem o chão;
Porões, garagens e quintais
não devem servir de depósito para objetos fora de uso que possam servir de
esconderijo para as lacraias;
Os muros e calçamentos devem
ser cuidados para que não apresentem frestas onde a umidade se acumule e os
animais possam se esconder.
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