Ministro
da Fazenda afirma que resultado de R$ 6,52 trilhões foi causado pelo déficit
primário de R$ 230,5 bilhões no ano passado.
O ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (30) que o aumento de 9,6%
da dívida pública federal em 2023 é resultado do trabalho de correção do que a
Pasta teria herdado do governo anterior.
Em
entrevista a jornalistas na sede do ministério após reunião com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad afirmou que a alta da dívida pública
para R$ 6,52 trilhões foi causado pelo déficit primário de R$ 230,5 bilhões em
2023, o segundo pior da série histórica iniciada há 26 anos, e pelos juros
sobre a dívida.
“A
dívida é uma consequência do déficit primário e dos juros sobre a dívida. O
precatório que foi pago já era dívida, só não tinha sido contabilizado como
dívida, mas já existia. Um governo que paga um calote não pode ser
responsabilizado nem pelo calote e nem pelo aumento da dívida consequente do
pagamento do calote”, afirmou.
O
resultado fiscal de 2023 foi fortemente impactado pela liberação em dezembro de
R$ 92 bilhões em precatórios, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que
o teto criado pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro para esses
pagamentos era inconstitucional.
Haddad
destacou que os números do ano passado não surpreendem à luz de decisões
tomadas em 2022, como a desoneração do ICMS cobrado sobre combustíveis, e
afirmou que a Fazenda agora tentar “botar ordem” nas contas.
“Infelizmente
a situação herdada foi essa, uma taxa de juro elevadíssima em função da
inflação muito alta e artificialmente diminuída em 2022, com a coisa do ICMS
dos governadores, que é outro problema que nós herdamos, e o calote dos
precatórios”, disse.
O
ministro reforçou os argumentos que apresentou na segunda-feira para justificar
a alta do déficit primário. Na ocasião, Haddad também destacou o pagamento de
precatórios e a queda de arrecadação com o ICMS como dois dos principais
fatores que pressionaram o resultado de 2023.
Apesar
dos números negativos nesta terça-feira e na véspera, o ministro disse estar
confiante no potencial de expansão da economia nacional, depois que o Fundo
Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do país para
1,7% em 2024 — 0,2 ponto percentual a mais do que na estimativa feita em
outubro.
“Nós
estamos trabalhando com crescimento superior a 2%. Nós entendemos que o Brasil
tem toda a condição de crescer mais de 2% e, assim, nós vamos tomar medidas
para que isso aconteça. Nós entramos no ano confiantes de que nós podemos ter
um ano acima das expectativas, como aconteceu em 2023”, disse.
Para
justificar a perspectiva positiva da pasta, Haddad citou a aprovação do Marco
Legal das Garantias de Empréstimos, que tem como objetivo facilitar o acesso ao
crédito e reduzir as taxas de juros, e números econômicos divulgados até agora
em janeiro, que ele caracterizou como “razoáveis”.
Fonte:
CNN Brasil.
2 Comentários
Sempre isso, o desgoverno acusando o governo passado, vão trabalhar e gerar empregos é o melhor para o Brasil...
ResponderEliminarO Governo anterior deixou 2022 um superávit de 54 Bilhões. Aí vem o outro em 1ano fecha 2023 com um rombo de 270 bilhões !!!
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