Resgate e transporte da
embarcação do alto mar até área de trapiche em comunidade no litoral do Pará
ocorreu no fim da noite deste domingo. Polícia Federal investiga nacionalidade
e causa da morte das vítimas.
O barco encontrado à deriva
com corpos no litoral paraense neste fim de semana foi resgatado e rebocado até
uma área de trapiche em terra firme no fim da noite deste domingo (14).
Polícia Federal, bombeiros,
Marinha e outras autoridades concluíram o reboque da embarcação, do mar até um
porto em Bragança, cidade do nordeste paraense distante cerca de 215
quilômetros da capital Belém.
Por volta da 1h desta
segunda-feira (15) começou a tentativa de içar o barco com auxílio de uma
máquina retroescavadeira, para retirá-lo da margem do rio e colocá-lo em um
caminhão, responsável por levar a embarcação até o Instituto Médico Legal em
Bragança para início da perícia.
Mas a operação na madrugada
não teve sucesso e para ser retomada na manhã desta segunda-feira (15).
Uma lona foi colocada por
cima do barco e os corpos permanecem na embarcação, sendo retirados apenas no
IML seguindo procedimentos recomendados. Durante todo o processo, os agentes
federais, estaduais e municipais envolvidos usam máscaras.
Os trabalhos de trazer a
embarcação com os corpos começou pela manhã de donmigno durou mais de 12 horas.
A maré baixa dificultou o traslado, assim como a necessidade de rebocar o barco
em baixa velocidade.
"É uma missão que
requer pressa, porque quanto mais dias passa, com a decomposição, mais fica
díficil de a perícia trabalhar, mas temos que trabalhar com todo cuidado, com
segurança para não danificar a embarcação, navegando em áreas muito
rasas", explicou o tenente dos bombeiros Hugo Moura, um dos envolvidos no
resgate.
A suspeita é as vítimas
sejam estrangeiras, visto que as autoridades da região não foram notificadas
sobre desaparecimento de barcos com pessoas no Brasil. A Polícia Federal (PF) e
o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso.
Um dos objetivos da
investigação da Polícia Federal é descobrir a nacionalidade das vítimas, além
da causa das mortes. Os corpos foram encontrados em estado de decomposição.
A embarcação com vítimas foi
achada por pescadores na manhã de sábado (13), mas a maré baixa dificultou os
trabalhos de resgate à tarde e à noite de sábado. Mesmo assim, equipes se
aproximaram do local para avaliação inicial da situação.
"Pelo estado que estão
já, bem desidratados, tem bastante dias, talvez até mais de um mês",
afirmou o bombeiro Tadeu Barbosa, que esteve no local ainda no sábado, sobre a
decomposição dos corpos.
Na manhã de domingo, uma
força tarefa com autoridades federais, estaduais e municipais foi ao encontro
da embarcação com os corpos, assim que a maré subiu.
As equipes avaliaram que a
melhor opção era rebocar a embarcação com os corpos para o Porto na comunidade
‘Vila do Castelo’. A área foi isolada para receber as vítimas e início dos
trabalhos de identificação, além da investigação geral sobre o caso.
O reboque do mar até terra
firme foi acompanhado por aeronave durante o dia - veja no vídeo acima. O
traslado exigiu cuidado, pois há muitos bancos de areia na área. Por haver
corpos em decomposição no barco, o trabalho precisou ser ainda mais cuidadoso.
A Polícia Federal abriu
inquérito para apurar a nacionalidade das vítimas e as circunstâncias da morte.
Uma equipe de papiloscopistas da Polícia Federal de Brasília foi para Bragança
trabalhar na identificação das vítimas.
Já o Ministério Público
Federal (MPF) abriu duas investigações sobre caso, uma na área criminal e outra
civil. As investigações serão realizadas pela Procuradoria Regional dos
Direitos do Cidadão, órgão do MPF para a defesa de direitos humanos.
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