Imagens
de câmeras de segurança mostram o adolescente entrando calmamente no
estabelecimento e fazendo compras.
Imagens de câmeras de
segurança mostram que o adolescente de 16 anos que matou os pais adotivos e a
irmã foi até uma padaria fazer compras no dia seguinte ao crime ocorrido na
última sexta-feira (17/5), na zona oeste de São Paulo.
No sábado (18/5), às 15h24,
o jovem entrou calmamente no estabelecimento, no bairro da Vila Jaguara, vai
até o atendimento, faz um pedido e depois anda até o caixa para realizar o
pagamento. Toda a ação dura cerca de dois minutos.
Isac Tavares Santos, de 57
anos, Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e Letícia Gomes Santos, de 16 anos,
foram encontrados mortos na residência depois que o adolescente ligou para a PM
confessando o crime na noite do último domingo (19/5).
Isac e Letícia foram mortos
por volta das 13h20 da sexta-feira, e a mãe, cinco horas e meia depois, às 19h.
Em depoimento informal à
Polícia Civil, o garoto demonstrou frieza e falou com naturalidade sobre como
teria atacado os familiares. Questionado, ele disse não estar arrependido e
afirmou que, se fosse possível, faria de novo.
O menor infrator afirmou ter
matado os familiares na sexta-feira (17/5) e contou ter convivido com os
cadáveres dentro de casa durante todo o final de semana. Fez refeições ao lado
dos corpos e manteve sua rotina de treinos na academia. Ele disse que só
decidiu avisar a polícia sobre o ocorrido, na noite do último domingo (19/5),
porque ficou incomodado com a grande quantidade de moscas na casa, atraídas
pela decomposição dos corpos.
Segundo o relato do garoto,
a decisão de matar os pais foi tomada após eles “confiscarem” seu aparelho
celular. A arma usada foi uma pistola Taurus 9mm do pai, que era guarda
municipal de Jundiaí. Na sexta-feira (17/5), o adolescente esperou o pai chegar
a casa, por volta das 13h e, quando ele estava debruçado sobre a pia da
cozinha, deu um tiro em sua nuca.
A irmã, que estava no andar
de cima, ouviu o disparo e, após perguntar o que estava acontecendo, foi
baleada no rosto. A ideia inicial, segundo o adolescente, não envolvia matar a
irmã. Ela acabou sendo morta, segundo ele, porque estava na casa e perguntou
sobre o tiro.
A mãe chegou a casa por
volta das 19h do mesmo dia. Assim que entrou na cozinha, se deparou com o corpo
do marido e deu um grito. Na sequência, foi baleada pelo menor. No sábado
(18/5), dia seguinte às mortes, o garoto pegou uma faca e cravou nas costas da
mãe. Ele diz que fez isso porque “ainda estava com raiva”.
Investigação
contra adolescente
Após ser ouvido pela
polícia, o adolescente foi encaminhado para a Fundação Casa. O caso foi
registrado como ato infracional de homicídio e feminicídio, ato infracional de
posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional de vilipêndio a
cadáver. Caso ele seja considerado culpado, poderá ficar detido por no máximo
três anos.
A equipe de investigação do
33º Distrito Policial analisa a possibilidade de submeter o adolescente a um
exame de higidez mental. Se ficar comprovada insanidade, ele pode ficar
internado por tempo indeterminado.
Uma das linhas de investigação leva em consideração a possibilidade de o adolescente ter decidido matar os pais por motivo fútil — o fato de seu celular ter sido confiscado. Isso, segundo a polícia, poderia ser um agravante.
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