O receio em caso de
desabastecimento do grão no mercado nacional já gerou alerta em outras regiões,
como foi constatado em estados como Minas Gerais e Alagoas.
As enchentes que provocaram
o cenário de tragédia no Rio Grande do Sul, matando 107 pessoas e deixando
outras 186 desaparecidas desde a semana passada, também vão desencadear
problemas no setor de alimentos. Isso porque o estado gaúcho é o maior produtor
de arroz do Brasil, com 70% da produção nacional. O receio em caso de
desabastecimento do grão no mercado nacional já gerou alerta em outras regiões,
como foi constatado em estados como Minas Gerais e Alagoas.
Em Maceió, alguns
supermercados começaram a restringir a venda de pacotes do grão de arroz por
pessoa a partir desta quinta-feira, 9. Comunicados que já circulam nas redes
sociais mostram que o Unicompra limitou a compra de apenas cinco unidades por
CPF. Já o Atacadão só está permitindo a compra de dez fardos por cliente.
Em nota enviada ao TNH1, a
Associação dos Supermercados de Alagoas afirmou que ainda é cedo para avaliar o
impacto da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, como também prever alguns
impactos potenciais no abastecimento de alimentos em Alagoas. Leia abaixo:
"Neste primeiro momento
o setor vem, de forma imediata, se solidarizar com a população do RS e com os
comerciantes, especialmente os supermercadistas que também foram fortemente
atingidos. Junto com a Associação Brasileira de Supermercados e a Associação
Gaúcha de Supermercados, estaremos engajados nas ações que socorram a população
e garantam tanto aos supermercados quanto às indústrias atingidas o pleno
restabelecimento para assim, continuar a prestar o serviço de abastecer a população.
O governo também vem
adotando medidas para que não haja desabastecimento de nenhum item que seja
produzido em larga escala pelo RS, como no caso do arroz. A orientação da
Associação dos Supermercados de Alagoas é que os consumidores adotem o uso consciente
e não façam estoques dos produtos. O setor supermercadista alagoano trabalha
incansavelmente para garantir o abastecimento da população e não deveremos
registrar a falta de quaisquer produtos".
À TV Pajuçara, o economista
Renan explicou que possivelmente os preços dos alimentos possam sofrer
alterações nas prateleiras caso a demanda não continue a ser atendida.
"É claro que isso a
gente precisa ver e tomar cuidado com os abusos, por isso que entram aí também
os órgãos fiscalizadores que dão certo equilíbrio. Então, essa questão de
racionalizar é um primeiro passo para não criar uma pândega, para não criar uma
crise, e aí tem dor de cabeça aquela coisa toda", comentou o economista.
Vai faltar arroz? Veja o que
diz a Farsul - A Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul
(Farsul), entretanto, pondera que não há motivo para temer a escassez do
alimento. "O arroz que já está colhido no Rio Grande do Sul garante o
abastecimento do país", disse o presidente Gedeão Pereira em entrevista ao
podcast 'De onde vem o que eu como', nesta quinta.
Segundo Gedeão, o Rio Grande
do Sul já colheu boa parte da safra que pode abastecer o mercado brasileiro por
pelo menos 10 meses. O problema imediato, de acordo com a Farsul, é a
distribuição no curto espaço de tempo devido às enchentes. "Evidentemente
que podemos ter sim, por falta de logística, um desabastecimento no curtíssimo
prazo, mas nada mais do que isso", pontuou, em trecho reproduzido pelo g1.
Vai faltar arroz? Veja o que
diz o Governo Federal - Para evitar uma possível escalada no preço do arroz, a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já
industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada
nessa terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O
Governo Federal liberou a compra de 1 milhão de toneladas de arroz.
Na primeira etapa, o leilão
de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de
arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como
Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. "Se a gente for
rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável", garantiu. O
restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a
avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário,
assegurou o ministro.
Fávaro explicou que a Conab
só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos
mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e
Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os
atacadistas, que são seus principais clientes.
Fonte: TNH1
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