Instigado” pelo deputado
Cabo Bebeto (PL), na sessão desta quinta-feira (20), na Assembleia Legislativa
de Alagoas, Medeiros fez um longo desabafo sobre o assunto: “Paulão, na sua
ânsia de poder, esquece que temos que fortalecer nosso campo em Maceió”.
O deputado Ronaldo Medeiros
(PT) respondeu publicamente às críticas feitas a ele pelo deputado federal
Paulão (PT), em entrevista ao CMCAST. “Instigado” pelo deputado Cabo Bebeto
(PL), na sessão desta quinta-feira (20), na Assembleia Legislativa de Alagoas,
Medeiros fez um longo desabafo sobre o assunto: “Paulão, na sua ânsia de poder,
esquece que temos que fortalecer nosso campo em Maceió”.
Lembrando que sempre foi
eleitor e fez campanha para Paulão para deputado federal, Ronaldo disse
estranhar ter sido tratado como adversário pelo colega de partido. “Quando ele
fala que eu saí do PT, foi pelas mesmas razões que saíram Judson Cabral, Izac
Jackson e vários outros, porque Paulão atua de forma autoritária,
centralizadora... é assim que ele dirige o partido, sem ser dirigente aqui em
Alagoas”.
Medeiros criticou ainda o
fato de Paulão ter anunciado uma possível candidatura própria ao Senado durante
a entrevista: “Ele não pode dizer isso. Isso não foi discutido no partido, nem
com o grupo ao qual o deputado pertence... Mesmo não sendo dirigente, é de seu
gabinete que sai as decisões políticas do partido”, reforçou, lembrando que em
2016 Paulão rompeu com o governo Renan Filho sem consultar a direção do PT, em
uma decisão que ele tomou sozinho.
“Sou o maior cabo eleitoral
do Paulão e ele, de forma deselegante e autoritária, ataca a mim e a essa Casa,
que ajudou muito na eleição dele”, prosseguiu Medeiros, reforçando que “ninguém
foi consultado” sobre as declarações de Paulão ao CMCAST.
O deputado estadual
reiterou: “O foco dele deveria ser a pré-candidatura de Ricardo Barbosa, mas
ele prefere atropelar mais uma vez o partido, ao anunciar um possível
rompimento com o governo Paulo Dantas. Em momento algum esse tema foi pauta de
discussões no partido, nem o partido o autorizou a tratar disso em entrevista.
É opinião pessoal do Paulão”.
“Até quando o PT vai girar
em torno do Paulão? Não podemos ter aqui o Paulocentrismo. Paulão deve
respeitar as instâncias partidárias, a mim, a militância do partido, os aliados
políticos... quem quer disputar cargo majoritário, tem que construir pontes,
não sair atirando contra aliados que sempre o protegeram”, questionou Medeiros
em outro ponto do discurso.
E completou: “Ele deve ter
algum problema quando algum companheiro do partido cresce. Essa não é a melhor
forma de um líder tratar companheiros... É uma visão mesquinha, pequena,
avarenta... Ele decide tudo em seu gabinete, cercado no máximo por duas, três
pessoas, resultado disso é um partido com baixa representação”.
Segundo Medeiros, essa não
foi a primeira vez que Paulão fez ilações e incitações públicas: “Se tivesse
divergência comigo, cabia a ele me chamar e falar reservadamente, como os
grandes homens fazem. Outros procuram ibope, atirar em pratos que comeu e que
comem, porque em todas as eleições para federal dele estive com ele, fui
eleitor dele e cabe a ele conquistar hoje esse filiado... ninguém pode
continuar sendo eleitor de alguém que não o respeita”.
Confira, na íntegra, a nota
do deputado Ronaldo Medeiros sobre o assunto:
Assisti à entrevista do
companheiro Paulão ao portal Cada Minuto.
Primeiro porque o conheço há
muitos anos, pois atuamos juntos no movimento sindical, na fundação da CUT em
Alagoas, na fundação do PT em Palmeira dos Índios e por sempre ter votado e
feito campanha em suas disputas para deputado federal.
Me estranha ser tratado como
adversário do companheiro Paulão. Nossos adversários, são a extrema-direita,
são aqueles que sugam as riquezas do povo para deixá-lo pobre, são aqueles que
desejam um Brasil submisso perante potências estrangeiras, que entregam nossas
riquezas ao grandes capitalistas internacionais, são aqueles que tentam nos
transportar de volta à Idade Média com uma agenda pseudo moral no Congresso
Nacional.
Quando saí do PT foi pelas
mesmas razões que os companheiros Judson Cabral e o finado Izac Jacson: a forma
autoritária e centralizadora como o companheiro Paulão dirige o partido em
Alagoas.
Mesmo não sendo dirigente, é
de seu gabinete que saem as decisões políticas adotadas pelo partido. Tudo bem
que o parlamentar influencie os rumos do PT no estado, mas a tomada de decisão
deve se dar nas instâncias coletivas.
A melhor prova do que afirmo
é a antecipação de sua pré-candidatura ao Senado para 2026, sem ao menos
consultar sua própria tendência interna. Toda e qualquer candidatura
majoritária, essencialmente, requer construção coletiva e planejada para que
toda uma engrenagem política passe a funcionar em torno dela.
O foco do companheiro
deveria ser a pré-campanha de Ricardo Barbosa à Prefeitura de Maceió. Mas
Paulão prefere atropelar mais uma vez o partido ao anunciar rompimento com o
governador Paulo Dantas, caso o PT tenha que abrir mão da disputa em Maceió
para manter seus espaços no governo. Em momento algum, esse tema foi pauta de
discussão nas instâncias deliberativas do PT, tampouco o autorizou a tratar
disso em entrevistas.
O clima que Paulão aparenta
construir se assemelha ao açodamento de 2016, quando o companheiro rompeu com o
governo Renan Filho pelas redes sociais. É evidente que em seguida o PT
reafirmou a posição, e por unanimidade, para proteger Paulão, não lhe tirando
autoridade política.
O PT voltou ao governo Renan
Filho pouco tempo depois. Mas até quando o PT vai girar em torno de Paulão?
Quando eu saí do PT, eu
nunca deixei de defendê-lo e as suas lideranças. Tanto que sempre continuei
associado ao partido pelas pessoas e até por colegas parlamentares, defendendo
e denunciando o golpe contra Dilma Rousseff em 2016 e atuando com entusiasmo na
campanha de Fernando Haddad à Presidência da República em 2018. Depois,
regressei ao partido que ajudei a fundar em Alagoas e luto para fortalecê-lo
politicamente.
Na Assembleia Legislativa,
fui líder do governo Renan Filho, para minha surpresa, a convite dele, Renan
Filho. E me orgulho disso. O governo Renan Filho mudou paradigmas na saúde em
Alagoas, com a construção de vários hospitais e UPAS; na segurança pública com
os CISPS; na construção de estradas e duplicações; na educação, com construção
de escolas e programas como o Escola 10.
Também exerci a função de
vice-presidente da Assembleia Legislativa e que mal há nisso? Nenhum.
Agora, mal há na constante
desconstrução partidária para se manter no centro do PT de forma artificial e
protocolar, se impondo pela quantidade de cadeiras nas direções e não pelo
convencimento, pela construção de consensos e unidade interna.
E sem ao menos consultar o
conjunto de sua tendência, decidindo tudo de seu gabinete, cercado de duas ou
três pessoas no máximo.
O resultado disso tem sido
um partido com baixa representação, ocupando somente uma prefeitura entre as
102 de Alagoas e um número pequeno de vereadores no estado.
Em relação à retirada de meu
nome para a disputa à Prefeitura de Maceió, isso ocorreu por razões de construção
política, das necessidades que uma disputa majoritária requer, entre elas a de
real unidade interna num partido como o Partido dos Trabalhadores.
É chato expor problemas
internos do PT. Roupa suja devemos lavar em casa. Ainda mais nesse momento,
pois precisamos focar na sustentabilidade do governo Lula, aqui em Alagoas e
nacionalmente, e criar crises internas e externas não deveria ser pauta do
companheiro Paulão.
Neste ano, temos as eleições
municipais e precisamos eleger o maior número de prefeitos e vereadores
possível.
Precisamos de um PT forte,
atuante e mais influente na política em Alagoas.
Fonte: Cada Minuto.
2 Comentários
O sujo e o melado de bosta!
ResponderEliminarCom esse discurso quem não conhece, imagina um político sério e comprometido na formação ou reformulação do PT. Seus atos deputado sempre foram em tirar proveito para sua sustentação política se aliando a todo tipo de políticos. O deputado Paulão tem o perfil do Partido dos Trabalhadores e a militância conhece e defende ao contrário de V. Excelência.
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