Sob clima que preocupa autoridades da Segurança Pública, prefeita Denise e ex-prefeito Atevaldo voltam a se enfrentar nas urnas.


Permanecendo de lados opostos, o grupo liderado pela prefeita Tácia Denyse de Siqueira Nobre, eleita em 2020 com 3.469 votos, se prepara para enfrentar mais uma vez o grupo do ex-prefeito Atevaldo Cabral, pré-candidato a prefeito que na eleição passada foi o segundo mais votado com 3.195 votos. Naquele ano Ouro Branco teve 1.406 abstenções.

Diante do que se aproxima, Ouro Branco também será palco da "medição" de forças entre o deputado federal Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, e o senador Renan Calheiros, líder do MDB em Alagoas. Enquanto Arthur defende a reeleição de Denise, os emedebistas Calheiros e o governador Paulo Dantas querem o retorno de Atevaldo.

A troca de insultos e o "derrame" de publicações fakes entre as duas candidaturas têm deixado em alerta não somente a Justiça Eleitoral, mas também as autoridades da Segurança Pública, que planejam para breve a convocação dos pré-candidatos e seus advogados a fim de exigir deles uma campanha proativa, sem ataques ou outros meios que prejudiquem o pleito.

Porém, recentemente, dois fatos inflamaram a já alterada disputa pela prefeitura do município. O primeiro foi um pedido de prisão temporária contra a prefeita por parte do advogado Saulo Brito, que representa os vereadores Adejanio Policarpo de Moura e Wavila Santos Bezerra.

Os vereadores alegam que a prefeita teria praticado um suposto crime de desobediência a uma determinação judicial. No pedido é citado que Denise tem desrespeitado as ordens judiciais e não tem fornecido os documentos solicitados pelo Tribunal de Justiça, embora a gestora, segundo o advogado, teria sido notificada e alertada sobre as consequências de seu descumprimento. Em outro trecho do documento, o marido da prefeita de Ouro Branco, que já foi afastado por suposta conduta imprópria, é acusado de estar supostamente influenciando a administração municipal.

Por outro lado, na última terça-feira (28), a juíza Nathália Silva Viana, da 50ª Zona Eleitoral de Maravilha, proibiu que Atevaldo, o radialista Allan Teles e mais duas pessoas participem, até antes de 16 de agosto, de passeatas, caminhadas, reuniões, aglomerações e atos assemelhados que configurem propaganda eleitoral antecipada, sob pena de multa pessoal diária.

A decisão da magistrada atendeu a uma denúncia do diretório do Partido Progressista (PP) em Ouro Branco, partido da prefeita. Atevaldo e seu grupo teriam participado de um encontro, articulado por amigos do ex-prefeito, onde as falas de alguns dos participantes, no entender do grupo de Denise, seria uma suposta antecipação de campanha eleitoral, versão desmentida por Atevaldo.

Com um total de 11.535 habitantes, segundo o Censo/2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), o município tem 9.923 eleitores aptos a votar este ano, de modo que 51% são mulheres. Conforme os recentes dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ouro Branco é outro município de Alagoas que também enfrenta o aumento de eleitores que tem o Ensino Fundamental incompleto. São 2.945 eleitores nesta situação ou, 29,68% dos que estão aptos a votar em 6 de outubro. Outros 2.060 (20,76%) eleitores só sabem ler e escrever ou, os que não compreendem um texto. 

Fonte: Antônio Carlos Moreira – Correio Notícia.