Polícia já havia sido
acionada para ocorrência de violência doméstica na residência do casal.
A mulher identificada como
Eduarda Samara Feitosa da Silva, de 34 anos, que foi assassinada a tiros ao
lado do companheiro Vitor Hugo Santos Costa, de 30 anos, tinha pedido ajuda no
dia anterior ao crime a um sargento da Polícia Militar que atendeu ocorrência
de violência doméstica na residência do casal, em abril. A princípio, o TNH1
havia informado que o pedido de ajuda havia sido feito no dia do crime, porém,
o próprio militar corrigiu a informação.
Marido e mulher foram
vítimas de um atentado na noite dessa terça-feira, 16, na frente da filha de
apenas 4 anos. O crime ocorreu no Conjunto Novo Jardim, Cidade Universitária,
parte alta de Maceió. O homem sobreviveu e está em estado crítico no Hospital
Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra.
O sargento Rodolfo Peixoto,
da PM, divulgou nesta quarta-feira, 17, que Eduarda o procurou por meio das
redes sociais para ter o contato em caso de um futuro problema caso o
companheiro perdesse o controle ao usar drogas.
"É porque eu vivo com
um bonitão. De vez em quando, ele gosta de usar as drogas dele e pagar de
doido. No dia que ele usar e pagar de doido, eu mesmo dou parte dele. Por isso
que eu queria o seu contato, porque no dia que isso acontecesse, eu ligaria de
imediato para você fazer o procedimento", disse a mulher em conversa com o
militar na manhã em que morreu.
Ao TNH1, o policial afirmou
que a mulher apenas pediu o número e disse que qualquer coisa ligaria, mas não
entrou mais em contato. A reportagem conversou com o sargento para entender
como ocorreu o primeiro chamado no caso de violência doméstica no primeiro
semestre deste ano. O PM contou que a situação foi registrada no Conjunto
Jardim Royal, no dia 24 de abril.
"Essa ocorrência do
Jardim Royal chegou via Copom como violência doméstica. Fomos até o local onde
estavam eles e a menininha de quatro anos na casa. A mulher não tinha nenhuma
marca, machucado ou hematoma, mas ele estava todo arranhado das unhas dela,
todo 'latanhado'. Conversamos com ambos a parte, tanto ela quanto ele falaram
que viviam brigando, que ele estava com ela há algum tempo. [...] Ela falava
que ele era ciumento, que brigava por besteira, tudo era motivo para brigar.
Ela queria que ele saísse de casa. Ela não quis prestar queixa, nem fazer
Boletim de Ocorrência na delegacia, só queria que ele saísse de casa.
Conversamos com ele, ele aceitou, pegou as coisas dele e saiu de
casa".
O policial detalhou que
naquele dia, ao puxar a ficha do homem, percebeu que era extensa e tinha crimes
como tráfico, tentativa de homicídio, furto e roubo.
"Mas não tinha mandado
de prisão em aberto. Não tínhamos como fazer nada naquele momento. E nenhum dos
dois quis prestar queixa um contra o outro. Ná época, deixei meu contato com
ela, caso ela precisasse ligar. Ela deve ter perdido meu número, porque falou
que às vezes eles tinham costume de quebrar o celular um do outro",
relatou o sargento.
O caso - Eduarda e Vitor
foram surpreendidos em casa, quando uma sequência de pelos menos 10 disparos de
arma de fogo assustou a vizinhança, no Conjunto Novo Jardim, Cidade
Universitária. A suspeita inicial é que os dois foram alvos de uma facção
criminosa. A mulher morreu na hora e o homem foi socorrido em estado grave ao
Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra, onde permanece em estado
crítico no centro cirúrgico. Uma menina de 4 anos, filha das vítimas,
presenciou tudo.
O casal era novo na vizinhança,
mas a polícia apurou que essa é a terceira mudança nos últimos três meses. Para
a delegada Tacyane Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), 'tudo leva a crer que as vítimas estavam se escondendo, fugindo'.
"Há uma informação de que
o casal seria informante da Polícia Militar, e por conta disso, integrantes da
facção Comando Vermelho queriam ceifar a vida deles e estavam à procura deles
há, mais ou menos, três meses. Essa informação de que integrantes queriam
ceifar a vida deles pode sim ter procedência", disse a delegada.
Segundo a delegada, Eduarda
e Vitor já tinham sido presos. "O casal tem passagem pelo sistema
prisional. Ela por tráfico de drogas, em 2017, enquanto ele pelos crimes de
roubo, tentativa de homicídio e tráfico de drogas'.
Quem souber de informações
relevantes que possam ajudar na investigação pode entrar em contato no 181, o
Disque Denúncia. O sigilo é assegurado pela polícia.
Fonte: TNH1.
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