Nossas autoridades,
especialmente nosso queridíssimo ministro da Previdência Social, despacham em
gabinetes, climatizados com ar-condicionado, várias secretárias, assessores,
garçons, equipamentos de primeira linha, entre outros benefícios que os cargos
requerem.
No entanto, aqueles que
carregam a instituição INSS, cuja carga é demasiadamente pesada, são os
servidores com salários aviltados, sem previsão de aumento, utilizando seus
próprios equipamentos, tudo em suas casas e sem custo para o governo.
Esses servidores foram
surpreendidos por meio da imprensa, de que terão de retornar ao trabalho
presencial nas agências da previdência a partir de agosto.
Observe-se que essas
agências, totalmente sucateadas, sem material algum, sem segurança e
principalmente sem equipamentos, não terão nenhum prazo para as devidas
reformas e adaptações para o recebimento desses servidores.
Mas, mesmo em condições
precárias, terão que cumprir as metas estabelecidas para receberem o bônus e a
tarefa de diminuir o represamento de quase 2 milhões de benefícios.
Para uma previdência que
necessita de 30 mil servidores e hoje tem apenas 19 mil, penso que terá o
governo que achar uma fórmula mágica para suprir o déficit de 11 mil
necessários, com as devidas condições de produtividade presencial.
Vemos diariamente a
distribuição de verbas públicas para várias áreas governamentais. Por que
somente a previdência é a prima pobre? Porque somente a previdência é
deficitária? Que falta dizer que o agro não paga previdência, mas que a
previdência urbana é superavitária?
Não, senhoras e senhores,
não aceitamos ser o patinho feio, não aceitamos ser servidores de segunda
categoria.
Somos 70% de servidores com
nível superior.Não aprendemos previdência em bancos escolares, mas sim no dia a
dia nos balcões da Instituição.
Os servidores, os milhares
de trabalhadores e aposentados que pagaram e pagam a previdência, não merecem
ser tratados com descaso. Volto a afirmar, não precisamos de uma nova reforma
da previdência.Precisamos sim e urgentemente de uma reforma interna do
Ministério da Previdência, com participação dos servidores, para que haja uma
gestão mais eficiente.
Precisamos de concurso
público, para o preenchimento das 11 mil vagas de servidores que se
aposentaram.
Precisamos reformar e
reestruturar as agências da previdência, equipando-as modernamente para que
seja viável o atendimento efetivo e célere dos seus beneficiários, inclusive
com adequação às normas de acesso previstas para atender as pessoas com
deficiência, tanto internas como externas.
Precisamos estabelecer uma
uniformidade de procedimentos, através de compliance, com comissão devidamente
designada para esse trabalho.
Precisamos de um projeto
para buscar os 40 milhões de trabalhadores, que estão na informalidade e que na
velhice irão se aposentar.
Precisamos de melhor
preparação para os gestores, buscando que os mesmos tenham um olhar mais social
para os nossos velhinhos e beneficiários da previdência social.
Paciência e perseverança têm
um efeito mágico e é o que faz o servidor da previdência diferenciado!
Paulo César Regis de Souza é
vice-presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores Públicos, da
Previdência e da Seguridade Social.
Por: Paulo César Régis de
Souza
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