Uma gravação feita por vizinhos registrou o momento em que policiais usaram a força para conter o adolescente.


Uma jovem de 18 anos, identificada como Thainara Vitória Francisco Santos, morreu na noite de quinta-feira (14/11) dentro de uma viatura da Polícia Militar de Minas Gerais. A vítima, que estava grávida de quatro meses, havia sido detida após uma abordagem policial no bairro Vila dos Montes, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
De acordo com relatos, a jovem tentou proteger o irmão autista, de 15 anos, durante a ação policial, quando ambos foram imobilizados. Uma gravação feita por vizinhos registrou o momento em que policiais usaram a força para conter o adolescente, enquanto Thainara foi detida após supostamente agredir os agentes.

"É só ele parar de resistir", afirmou um dos policiais durante a abordagem. No vídeo, moradores alertam sobre o diagnóstico de autismo do jovem. Pelo menos oito policiais participaram da ação.

Após ser detida, Thainara passou mal e foi levada na viatura até aUnidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Isa, próxima ao local da ocorrência. Chegando à unidade de saúde, a jovem foi encontrada inconsciente pelos policiais, que acionaram um médico. O óbito foi constatado no local.

Polícia investiga circunstâncias

Segundo a Polícia Militar, a operação tinha como objetivo localizar o suspeito de um homicídio ocorrido na tarde do mesmo dia. A corporação informou, por meio de nota, que ao tentar conduzir o suspeito, os agentes foram "atacados e agredidos por pessoas conhecidas dele, sendo necessário repelir as injustas agressões".

A instituição declarou ainda que está apurando os fatos e reforçou seu compromisso com a transparência e a verdade.

Polícia Civil de Minas Gerais informou que instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte e que aguarda a conclusão do laudo pericial"Com o avanço dos procedimentos, outras informações poderão ser divulgadas", afirmou a nota da corporação.

A abordagem, registrada por moradores, gerou questionamentos sobre a conduta dos policiais e a proporção da força empregada durante a ação. O caso levanta debates sobre o tratamento dado a pessoas com necessidades específicas, como o jovem autista, e as consequências trágicas de abordagens mal conduzidas.

Fonte: Portal T5.