Antonio Vinicius foi morto
no Aeroporto de Guarulhos após voo que partiu de Maceió, onde teria recebido R$
1 millhão em joias.
Uma força-tarefa da
Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo investiga se policiais
militares, policiais civis e um agente penitenciário participaram da execução
de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto com tiros de fuzil na área de
desembarque do terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última
sexta-feira (8). Ele estava em Maceió, onde teria recebido R$ 1 milhão em
joias.
O caso está sendo
investigado pela Polícia Civil e Polícia Militar de São Paulo, além da Polícia
Técnico-Científica daquele estado.
Segundo reportagem do G1,
Vinícius contratou policiais militares para fazer a segurança pessoal dele,
atividade considerada irregular pelas normas da corporação. As autoridades
querem saber se esses agentes têm algum envolvimento no assassinato.
Foram identificados oito
PMs, que acabaram sendo afastados nesta semana pela força-tarefa. Os agentes
afastados trabalham no 18º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM-M),
na Zona Norte de São Paulo, onde atua a maioria do grupo, e do 23º BPM-M, na
Zona Oeste da capital paulista.
Esses mesmos policiais
militares já estavam sendo investigados um mês antes da execução pela
Corregedoria da PM justamente por fazerem escolta para Vinicius, que tem
ligação com o PCC.
A Polícia Civil de Alagoas
também está contribuindo com as diligências. Isso porque Vinicius, que era
delator em investigação contra o PCC, estava em Maceió, quando pegou um voo com
destino a São Paulo, onde foi morto. A polícia incluirá uma análise minuciosa
da lista de passageiros do voo após a suspeita de que a vítima estava sendo
monitorada durante a viagem.
Em depoimento à polícia, um
dos responsáveis pela segurança do empresário, que também esteve em Maceió,
afirmou que o delator e a namorada dele visitavam imóveis em São Miguel dos
Milagres, onde pretendiam passar o réveillon com a família.
Segundo ele, o único momento
que chamou atenção ocorreu quando um dos funcionários de Gritzbach foi até um
quiosque na praia de Maceió para pegar uma sacola pequena de um homem
desconhecido.
O segurança não soube
precisar, mas a suspeita é de que o pacote continha as joias, avaliadas em R$ 1
milhão, que foram encontradas com o empresário na chegada a São Paulo.
A Polícia Civil de São Paulo
está analisando imagens de Vinicius e da namorada dele durante a estadia de
cerca de uma semana em Alagoas.
Em nota, a Polícia Civil de
Alagoas informou que atende a uma solicitação da Delegacia de Homicídios de São
Paulo e está auxiliando com as forças da Segurança Pública, por meio da
Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
A Gazetaweb questionou à
Polícia Civil sobre quais providências já estão sendo tomadas no sentido de
colaborar na elucidação do caso, mas a delegacia responsável informou que as
investigações estão sob sigilo.
Um motorista de aplicativo
também foi atingido por um disparo no aeroporto e morreu. Outras duas pessoas
se feriram. Ao todo, foram 29 tiros. Os assassinos fugiram. As armas usadas por
eles no crime foram abandonadas e encontradas depois pelas autoridades.
A força-tarefa analisa as
filmagens e ouve depoimentos de testemunhas e sobreviventes para identificar
quem executou e quem mandou matar Vinicius. Ele se apresentava como empresário
do ramo imobiliário, mas era réu na Justiça em dois processos: por lavagem de
dinheiro para o crime organizado e também acusado por um duplo homicídio.
Foi justamente por causa
desses processos que Vinicius decidiu fazer uma delação premiada para revelar
quem são os agentes de segurança e integrantes do PCC envolvidos num esquema
ilegal de lavagem de dinheiro para o crime organizado.
A Justiça homologou a
delação com o Ministério Público em março. Em troca, o empresário receberia uma
pena menor, por exemplo, se fosse condenado pelos crimes. E oito dias antes de
ser executado, Vinicius fez uma denúncia na Corregedoria da Polícia Civil para
denunciar agentes que estavam tentando extorquir dinheiro dele.
Por: gazetaweb.com
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