No mês da mulher e da conscientização sobre a endometriose, o exame de sonohisterosalpingografia com contraste (Hycosy) chega ao estado como alternativa menos invasiva e mais confortável para avaliar as trompas uterinas.
A partir deste mês, Alagoas passa a contar com um exame inovador para avaliação da fertilidade feminina: a sonohisterosalpingografia com contraste. O procedimento, que será realizado pela médica radiologista Helga Bomfim, especialista em saúde da mulher, oferece uma alternativa menos dolorosa e mais segura para analisar a condição das trompas uterinas.
Estima-se que as alterações das trompas sejam responsáveis por até 40% dos casos de infertilidade nas mulheres. A infertilidade é um problema que afeta um grande número de casais no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 17,5% da população adulta global enfrenta dificuldades para engravidar, e no Brasil, estima-se que de 10% a 15% dos casais em idade reprodutiva sejam inférteis. Entre as principais causas da infertilidade feminina está a endometriose, doença que, quando não diagnosticada precocemente, pode comprometer as trompas, ovários e vários outros órgãos pélvicos, e dificultar a gravidez.
Antes da chegada da sonohisterosalpingografia, a única opção para avaliar as trompas uterinas era a histerossalpingografia, um exame realizado por meio de raio-X e contraste iodado, conhecido por causar bastante desconforto às pacientes. “A sonohisterosalpingografia com contraste é um exame novo, realizado por ultrassom, que injeta um contraste de microbolhas (ar) menores que glóbulos vermelhos do sangue, sem risco de reações adversas. Diferente do método tradicional, ele é indolor e não utiliza radiação, o que o torna muito mais seguro para quem deseja engravidar”, explica a Dra. Helga Bonfim.
Além do alívio no desconforto, a médica destaca outro benefício importante: “O exame tradicional expunha os ovários à radiação, o que pode ser prejudicial, principalmente para mulheres que já possuem uma reserva ovariana reduzida. Com o novo método, esse risco não existe”.
A relação entre endometriose e infertilidade
Embora o novo exame não seja específico para o diagnóstico da endometriose, ele detecta com precisão alterações nas trompas causadas pela doença, como a hidrossalpinge (quando a trompa fica dilatada devido ao acúmulo de líquido), hematossalpinge ( sangue) ou obstrução. Isso é fundamental, já que a endometriose pode levar à alterações tubárias, uma das principais causas da infertilidade.
“O grande problema da endometriose é o diagnóstico tardio. No Brasil, o tempo médio para identificar a doença ainda varia entre 7 e 10 anos, o que compromete significativamente a fertilidade da mulher”, alerta a Dra. Helga.
Por isso, exames de imagem como a sonohisterosalpingografia, o ultrassom com mapeamento de endometriose e a ressonância magnética pélvica são ferramentas essenciais para detectar precocemente qualquer alteração que possa comprometer a fertilidade feminina.
Disponibilidade e recomendações
A sonohisterosalpingografia estará disponível em Alagoas até o final de março e será realizada pela médica Helga Bomfim. Como o procedimento é novo, a equipe médica está finalizando os preparativos. A boa notícia é que o exame não exige preparo complexo e pode ser realizado sem necessidade de sedação ou afastamento das atividades diárias. “A paciente pode fazer o exame e seguir sua rotina normalmente. Não há restrições e ele é altamente seguro”, ressalta a médica.
Para quem deseja engravidar e enfrenta dificuldades, a recomendação é procurar um ginecologista para avaliação. “Se a paciente tem dificuldade para engravidar ou sente dores intensas no período menstrual, é fundamental buscar ajuda médica e realizar exames preventivos. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de tratamento e sucesso na gestação”, conclui a Dra. Helga.
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